terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Estiolasse-me

Estou corado, meu cabelo levemente mais dourado, minhas pernas mais magras. Jejum? Vitaminas de cenoura? Nada disso é necessário quando se tem atitude. Atitude para vender o que não se tem. Atitude para usar jóias roubadas nas galerias da *vida*. Atitude para... Ser-se, de pá virada, do avesso, como bem entender. A atitude alonga o passo, define as pernas, arrasta brumas e olhares de glíter. Atitude veste bem, em casaco justo nos ombros, levanta queixos com um dedo, sussurra no ouvido. Atitude abre portas de vidro, gira banquinhos de bar, anda em vigas de metal e profana belezas naturais. Os médicos vêm, fazem prognósticos, diagnósticos, prescrevem pílulas, mas você, de óculos escuros, resume-se a olhá-los por debaixo das lentes. Eles cochicham e falam alguma coisa sobre eríneas esperando debaixo do horizonte, mas você tem taças enormes de limonada para tomar, e sente que  poderia protelar o encontro por toda a vida. Isso é atitude. Ah, espere, isso aí não é, não. Mas não vou mentir, vim aqui só para postar esta imagem, de Douglas Allen - quem? É, esse mesmo.

















Enfim, atitude. Para entender o outro lado? Claro que não. Atitude apenas para exibir uma bela silhueta em roupas plastificadas. Não se precisa nem de verdades se se sabe sorrir. Cinismo? Imoral? Eu chamo isso de atitude. O mundo do crime? O que é a marginalidade, o desprezo às liberdades alheias, o desenquadramento e a violação dos limites quando se tem atitude? Pratique isso e... Ah, espere. Não pratique, não. Já tem muita gente fazendo isso, se é que me entende. Mas não fique triste, você ainda pode ser... Sempre haverá lugar para o que abre a cortina, ou mesmo para quem não se importa em interpretar a pedra ou a árvore. Er... vai lá! Eeeeee.

Um comentário:

Nina. disse...

Atitude é...isso.