domingo, 24 de janeiro de 2010

Pandora, Lua de Saturno


Sim, eu me emocionei com filme em 3D. Sim, eu me deleitei com a idéia do filme (veja bem, com a idéia, não com a história). Sim, eu senti ódio pelo coronel Quaritch e aplaudi a Dra. Grace Augustine. Eu ri, eu chorei, não escondo isso. Mas bem, isso não me impede de imaginar um final alternativo para Avatar. Afinal, exército tecnológico ser derrotado pela fauna de Pandora não cola, não é mesmo?

"E, então, a licença da mineradora terminara, e são obrigados a paralisar suas atividades. Fim."
(Aplausos).

Também vou traçar um início diferente.
- É descoberta a Lua de Pandora.
- A empresa RDA obtém licença para explorar.
- A empresa põe na gerência do que seria uma das maiores empreitadas da Humanidade um administrador competente e com QI normal.
- A empresa rejeita o Coronel Quaritch por distúrbios psicológicos.
- A empresa resolve empregar técnicas mais modernas de exploração do que as antiquadas formas outrora responsáveis pela degradação da Terra.
- O governo diz incabível e desautoriza qualquer tipo de ocupação militar por parte da empresa.
- O governo (muitos manifestos, mas muitos mesmo) volta atrás e decide que mundos alienígenas são muito importantes para serem explorados por particulares.
- Apenas cientistas altamente capacitados e devidamente no uso de suas razões são enviados.

Voilà! Uma história coerente e interessante sem passar necessariamente pelos clichês. Finalmente pode-se apreciar a emoção de se visitar um mundo alienígena habitado sem os recorrentes e inócuos draminhas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Os psicólogos que o digam

Como o sonho é preciso! Washington possui uma linda praia de águas azuis, porém sua areia é escura e coberta de ostras que temi serem venenosas. A Noruega, em um insano resgate de suas glórias passadas, tornou-se uma potência mundial e expandiu seus domínios conquistando Goa e vastas regiões do Caribe, que não ficava na América Central, mas no Ocenano Índico, mais especificamente, no que seria o litoral oriental da Índia. Ah, sim! Também escravizava populações da África para irem trabalhar nas minas de sua gélida ilha de Svalbard. É, eu era um soldado norueguês que comia biscoitos enquanto me enchiam o colo de bombons em plena guerra. E após tantas lições de geografia, como querem que eu dê importância aos sonhos? Fora a delícia de cenas tão fantásticas que muito provavelmente não encontrarei em nenhum lugar do mundo, parecem-me pura mistura alucinógena de idéias de onde não me motivaria a extrair qualquer sentido.

E... tédio pós-viagem. É todo mundo que passa por isso ou só eu? Ah!, onde mais poderei ouvir a óssea língua de nuestros hermanos? Aonde mais poderei ver a diária exposição de corpos? Não vejo mais sentido na minha vida senão sentado em um café enquanto observo os transeuntes com seus trajes mínimos conversarem em diferentes acentos e... Olha!, descobriram um mar interior na África!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Ensina-nos a rir

Para mim, e eu vejo isso com bastante clareza, as páginas de relacionamento virtual, que estão fervendo por aí, bem como os jogos cada vez mais reais só podem levar a um único destino: MATRIX. Sim, pois, no futuro, a simulação será tão fiel e pujante e arrebatadora que será muito mais sedutor viver em um mundo artificial e perfeito do que suportar essa coisa pegajosa que é a verdade. Sim, senhor. Cada um poderá viver em uma realidade virtual conforme sempre se sonhou. Afinal, concordem ou não discordem, quem não quer uma vida do tipo "eu e os figurantes"? É claro que alguns detalhes deverão ser ajustados antes de começarmos esse grande empreendimento. Primeiramente, sugiro, e aqui é mera imposição, a construção de uma supernave espacial de navegação controlada por inteligência artificial. Não estranhem. Não poderemos permanecer na Terra eternamente pois, infelizmente, ainda não pensamos em nenhuma forma de anular a realidade exterior. Assim, o objetivo dessa supernave espacial seria conduzir-nos seguramente pelos perigos do espaço e, um dia, atingir a zona intergaláctica onde dificilmente seremos perturbados por um evento externo. E pensando nisso, já comecei a sonhar como seria minha realidade virtual. Escolhi viver em Titã, pois, segundo o Sr. Lucas, nessa lua seria facílimo voar usando apenas raquetes de frescobol, devido à sua densa atmosfera e à sua baixa gravidade. Além do que, é provável que possua magníficos lagos de etano e fascinantes criovulcões. Mas enfim, o futuro que nos espera talvez não seja o que os filósofos de antanho sonharam, mas sem dúvida possui sua Glória e Esplendor, com a Humanidade vagando em cápsulas pelas imensidões do Universo, enquanto sonha com visões paradisíacas e (...)
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Diário de bordo, 457/125/30.510.

Querido diário alienígena,

Navegando pelas ermas imediações da Nuvem de Oort nossos avançadíssimos e incompreensíveis computadores detectaram um estranho objeto de estranhas proporções a uma distância aproximadamente de 55 UA alienígenas de nossa atual posição. Os sensores indicam intensas atividades biológicas e de energia de fusão em seu interior, o que muito nos chama cientificamente a atenção pois até o momento não suspeitávamos de nenhuma forma de vida nesse sistema. Estamos polidamente surpresos e curiosos em fazer contato.

Diário de bordo, 468/125/30.510

Nossas tentativas de comunicação com o objeto são um completo fracasso. O objeto limita-se a todo instante a transmitir saudações incoerentes em línguas incompreensíveis. Malgrado o insucesso, nossas expectativas só têm aumentado. Com as informações coletadas não há dúvida de que se tratam de formas inteligentes de vida e estamos ansiosos por trocarmos relações. Estamos enviando expedições de reconhecimento. Não sabemos qual a melhor forma de saudá-los, se lhes mostrando nossas enormes e gosmentas presas, ou se arranhando sua lataria com nossas garras enquanto expelimos ácido sulfúrico pelos nossos muitos orifícios. Aguardamos ansiosos pelo momento. Descobriram quiçá uma forma mais eficaz de virar as panquecas?

Diário de bordo, 005/126/30.510.

Mudança de planos. Decidimos por bem contornarmos a Nuvem de Oort ao invés de encurtar o caminho atravessando-a; quem sabe o que mais podemos encontrar em seu interior. Seria perigoso expor novamente a tripulação a uma turbação dessa magnitude. Os médicos alegam jamais ter observado semelhante fenômeno e não sabem o que fazer. Coisa inédita em nossa espécie, constantemente grossas gotas fluem de nossas cavidades oculares. Estamos imensamente abalados e sem fôlego. Por toda nave encontram-se corpos estirados no chão. Tremem como tomados de uma estranha convulsão; alguns já fracos tentam segurar-se um nos ombros dos outros mas acabam tombando extenuados. Ouvem-se gemidos guturais a todo momento; nem os mais graduados resistiram à loucura coletiva. O que vimos naquele objeto. Dormem como se estivessem mortos. Todos imersos em sonhos. Os sintomas começaram logo após sabermos o motivo de seu estado indolente pelo computador principal. Em cápsulas imersos em mundos fictícios. Estamos partindo imediatamente pois apenas sua vista e já recomeçamos a tremer e a lacrimejar e a soltar grotescos sons cadenciados. Não sabemos em que categoria enquadrá-los. Nunca pensamos que pudesse haver uma civilização assim tão (...)

PS: Aquilo que o alienígena não conseguiu dizer é "a civilização mais patética do Universo".
PPS: Caro Lucas, penso dever-lhe satisfações por roubar-lhe a mui cômica expressão; ei-las.
PPPS: Hum... oralmente parecia mais engraçado.