domingo, 13 de setembro de 2009

Opa, campeão!

Ai, ai..., nada como um quebra-molas para "mexer" com as nossas vidas (risos). E enquanto tento desesperadamente domar este monstro mecânico, penso carinhosamente em todos aqueles que insistem em pôr sufixos em meu nome... Não é ma-ra-vi-lho-so ver-se de repente agregado por uma série de diminutivos, aumentativos, superlativos, dentre tantos outros mais carinhos?

E o carro afoga. Um rapaz vulg..., digo, prosaico, segurando uma caneca e sem camisa, compadece-se de minha situação e, atento, encara-me longamente, piedoso. Ah..., sua cara de moço que chafurda no mingau que a avó fez faz-me pensar na revolucionária apologia do homem comum, tantas vezes, e muito bem, enfatizada por aquela pátria que rumina em algum lugar do norte. Crede-me, tentar qualquer apotheosis nesta terra é como comer cereal ao som de música clássica.

Dizendo assim, até pareço um vilão, não é? Mas até eu, de vez em quando, gosto de comer pão com mortandela como todo mundo (risos).

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Nenúfares serão meu atavio

Eu, aqui, enquanto frustro-me em desejos anacrônicos, torturando-me em busca de atavismos sem precedentes, sofrendo sob um Sol que não é amarelo mas branco (pasmem, senhores!), traço ilógicas trajetórias ao redor do meu destino (sim, perco-me fácil). E lá, contido em lustrosa embalagem, descansando nobremente na prateleira, está o meu antigo anelo. O preço? Não é caro. O problema é sua notória inutilidade. Como explicar-lhe após tê-lo? Mil desculpas, mas eu o desejei e... comprei-o, enfim, depois de uma longa batalha axiológica.

E agora está aí, o crime, camuflado em meio a seus irmãos justificáveis. Acaso me perguntem de sua razão, direi simplesmente que "me deram de presente", ou talvez que "custou uma pechincha, que estava lá, largado, o pobre, sofrendo em meio à poeira e ao descaso e ao esquecimento e ao desdém e ao cruel espanador...". Então finalizarei com um meneio de despreocupação. Convincente?

Minha culpa cristã ralha contra meus luxos e minhas futilidades. Imagina! Como pudeste? Tantas outras coisas merecendo a atenção do teu dinheiro, e pronto me vens com esse... Não consigo nem terminar, tamanha a vergonha. E eu o escondo, usá-lo-ei (usarei?) com o máximo de cuidado para que ninguém veja (ruídos de estertor). O pior é que já começo a achá-lo inútil até mesmo para os meus fins mais fúteis...

ps: caro futuro chantagista, pode contar se quiser, mas jamais lhe entregarei a chave do meu... coração rs.
pps: senhores, o Sol é branco! não se sentem enganados por aquelas representações de uma bola de lava convulsiva?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A dignidade das máscaras

Pois para mim, não há decadência que camadas generosas de pó de arroz não possam dar um jeito. Mas como desconheço onde poderia obter tal artigo, e como sei que os códigos sociais aboliram-no, ao que parece, definitivamente, a única maneira é tentar dormir e esperar que a irritação passe. Sim, pois não há remédio melhor para essas horas que o sono.

O século XVIII, sim, era feliz. Não precisavam desperdiçar sua energia tentando criar uma barreira psicológica: as suas máscaras eram, realmente, materiais; seus disfarces eram de incrível substancialidade, acentuada, mais ainda, pela prolificidade de seus exuberante acessórios e pela monumentalidade dos espaços em que se moviam.

ps: antes que venham objetar-me qualquer tolice, tenho plena consciência das variantes de nossa época, e, desde já, dispenso comentários a respeito.
pps: é, eu sempre tive tendência pra virar gravura.

domingo, 6 de setembro de 2009

Insolências e precipitações de um jovem

Após ter dicursado longamente sobre os infortúnios de sua atividade, ele olha pra minha cara e diz: "C'tá ligado?". É por essas e outras que evito ao máximo subir de elevador em prédios comerciais. Não é arrogância (oh! não!), mas a minha tolerância esvai-se com a fome, o calor e o cansaço de uma longa caminhada (sequer reparei em seus "esdrúxulos" andrajos). Meus pés inchados impacientam-se com sua prosa inútil e vulgar, mas, entretanto, misericordioso respondo: "sim". Considerem o meu esforço.

Ah! vejo que trazem mais contas. Que fastio! Por que não as entregam diretamente aos meus tutores? Não bastam meus incômodos compromissos e tenho que cuidar de tais trivialidades (ajeita a gravata). Mas vejam só as horas! (Olha pro pulso sem relógio e sai correndo pra pegar um bonde que, fantasticamente, por ali surgia. Um chapéu voa ao sabor do vento).

ps: devido ao conteúdo insolente, petulante, infame, injurioso, afrontoso, desavergonhado, desonroso, calunioso, difamador e ímprobo, o conteúdo original foi suprimido.
pps: o autor, que neste momento vos escreve, fê-lo de livro e boa vontade.
ppps: comedidamente suplico que instiguem os céus na descrença do que não se perfaz em desenvoltas asas, e que se levantem, solenes e lassos, estendendo suas mãos ao corpo que se encarcerou brandamente em seu dourado fulgor de penas.