domingo, 6 de setembro de 2009

Insolências e precipitações de um jovem

Após ter dicursado longamente sobre os infortúnios de sua atividade, ele olha pra minha cara e diz: "C'tá ligado?". É por essas e outras que evito ao máximo subir de elevador em prédios comerciais. Não é arrogância (oh! não!), mas a minha tolerância esvai-se com a fome, o calor e o cansaço de uma longa caminhada (sequer reparei em seus "esdrúxulos" andrajos). Meus pés inchados impacientam-se com sua prosa inútil e vulgar, mas, entretanto, misericordioso respondo: "sim". Considerem o meu esforço.

Ah! vejo que trazem mais contas. Que fastio! Por que não as entregam diretamente aos meus tutores? Não bastam meus incômodos compromissos e tenho que cuidar de tais trivialidades (ajeita a gravata). Mas vejam só as horas! (Olha pro pulso sem relógio e sai correndo pra pegar um bonde que, fantasticamente, por ali surgia. Um chapéu voa ao sabor do vento).

ps: devido ao conteúdo insolente, petulante, infame, injurioso, afrontoso, desavergonhado, desonroso, calunioso, difamador e ímprobo, o conteúdo original foi suprimido.
pps: o autor, que neste momento vos escreve, fê-lo de livro e boa vontade.
ppps: comedidamente suplico que instiguem os céus na descrença do que não se perfaz em desenvoltas asas, e que se levantem, solenes e lassos, estendendo suas mãos ao corpo que se encarcerou brandamente em seu dourado fulgor de penas.

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