sexta-feira, 24 de julho de 2009

Fragmento de conversa III

Abre cortinas.
O meu dicionário de bolso está todo se desfazendo: dez anos de uso. Vetusto! Precisava de um novo, um bonito, que me acompanhasse em meus passeios pela casa, ou pelos jardins (universitários)... Que deitasse e rolasse comigo na cama, no sofá, enquanto me jubilava nas páginas amareladas e empoeiradas de um livro que não é nem meu. Parti, então, disposto a arranjar um no sebo.
- Moço, onde ficam os dicionários?
Então ele me acompanhou, o funcionário, até onde ficavam. Mostrou-me enormes dicionários, ilustrados, capas grossas, dignas, dicionários colossais e caros.
- Ah..., sim, mas eu precisava um que fosse de bolso.
- Tem esses aqui, mas são mais pra iniciante, né?
Claro que depois dessa saí da loja carregando dois volumes: ares literários: passos decididos de quem não é um iniciante. Mas não levei nenhum dicionário.
Fecha cortinas.

2 comentários:

André Kangussu disse...

Hahaha. Você esperava o quê? Que os vendedores fossem treinados a identificar usuários "avançados" e jamais subestimá-los?

Murilo Munoz disse...

hahaaha
hum... usuários avançados... (cogitando a idéia)

ams, não
ao contrário, ele me superestimou