quinta-feira, 30 de julho de 2009

Fragmento de conversa IV

Abre cortinas.
Ah! Não posso me esquecer de um detalhe irônico: garoava. Quem estuda na UEM sabe que à noite ela é iluminada por lâmpadas amarelas, e sabe, ou deveria saber, o efeito mágico (*-*) causado pelos fachos de luz na chuva. Quem via aquilo até pensava que algo de bom aconteceria. Ai, que tolice... Mas então, tremia de ódio e desolação quando fiquei sabendo. Tão injusto! Tão desnecessário ter que passar por aquilo! Ah! E olha só que engraçado, para não dizer patético: quando descia a escada, vi que algo me escapava do bolso. Era uma nota de dois reais. Então o que me restava era dinheiro? Joguei com raiva no chão. Subindo o caminho de volta, percebi que me molhava. Só então me lembrei que tinha vindo com um guarda-chuva. Disso eu não podia me desfazer. Voltei correndo à sala em sua busca e, ao subir a escada, fiquei procurando com os olhos para ver se a pobre nota ainda continuava lá. Nem sinal, haviam sido rápidos. Com certeza encontrou um bolso mais amigo que o meu. Mas... permanece a dúvida: e se a nota ainda estivesse lá? Eu teria pegado de volta? Uma das coisas que sempre me atormentaram é a minha incapacidade em me manter estável nas atitudes. Parece que sempre se retorna ao estado inicial e nunca se avança... O que será que compraram com os dois reais?
Fecha cortinas.

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