domingo, 9 de agosto de 2009

Buraco negro

Messes e safras escorrem
Como borbotões dourados
Ao centro negro que sou,
Pois a morte em meu regaço
Como meu filho maldito
Escancara maltrapilho
Seu choro tuberculoso.

Por que não rolas ao fundo do poço
Como rolam as levitações alvíssimas?
Esgarçam-se as fímbrias do sol cingido
Das manhãs luminosas das vindimas.

Arrastam-se ao centro de gravidade
Alvos pássaros de asas irisadas,
Uma abrupta escuridão que lhes cala
O seu líquido canto florescente.

2 comentários:

Wa disse...

gótico?

Murilo Munoz disse...

Pô, sou jovem. Permito-me de vez em quando melodramas