segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Pró-Futuro e Além

Bom, até onde me guia a cegueira, todos nós sabemos o quanto o passado é brega, obscuro e desconcertante; sempre. O presente, vocês sabem, é aquela lástima, pão com margarina, mendiguinho espetando seu olho. É ou não é, gente? É! Então, por exclusão, o que sobra? O futuro. Ora, e não é sempre a melhor parte? A mais querida, a mais esperada, a mais... Não é por mera veleidade que se declara que o futuro deve ser nossa maior preocupação. Não! Alguém aqui duvida que o homem jamais teria chegado à Era Espacial se jamais houvesse planejado a colheita da próxima safra (hum... Rio Nilo)? Além do que, a moderna ciência já nos permite aferir, com segurança, que o futuro é tão real quanto o presente. E, muito mais além, podemos até dizer que toda a realidade reside, de fato, no futuro; ou, talvez, que justamente o presente é função do futuro. Quanto ao passado, esse não existe se podemos destrui-lo. Bom, sem mais delongas, passemos aos nossos objetivos.

Todos nós sabemos (risadas incômodas) que a Terra não durará para sempre. A Terra, meus caros, não é eterna. A lua, um dia, se desprenderá de seu campo gravitacional. Seu núcleo não será para todo sempre quente, um dia se resfriará. E, um dia, o Sol engolirá a Terra. Lembre-se, também, que em breve a Terra atravessará a zona mais conturbada da Galáxia, o que significa que, eventualmente, será atingida por meteoros idôneos a destruir ou turbar a Humanidade. E diante dessa previsão escatológica (risos da platéia), digo, catastrófica, o que fazer?

Pois o partido Pró-Futuro e Além tem a resposta. Está claro que o destino da Humanidade não pode mais estar ligado ao de Gaia. Com todo o respeito, a Humanidade não pode mais depender de circunstâncias que ela simplesmente não criou e não pode controlar (o Universo, por exemplo, é uma dessas coisas). O que fazer, então? As soluções talvez não sejam simples, ou muito menos palpáveis às nossas curtas existências (porém isso não importa; basta recordar que estamos projetados para o futuro), mas são absolutamente exeqüíveis, e podem/devem começar desde já.

Antes de tudo, devemos fortalecer o poder da ONU e aumentar consideravelmente os efetivos das tropas de paz. Na verdade, os efetivos militares devem, gradualmente, restringir-se à ONU. Ora, o que isso significa? É exatamente isso: a criação de um governo global. Só assim poderemos aproveitar todo o potencial econômico e humano que nos reserva o planeta, sem os incômodos entraves que as rebeliões regionais poderiam obstar-nos. A Humanidade, assim unida, seria capaz de perpetuar-se indefinidamente para lejos de nosso pequeno sistema solar.

Em segundo lugar, urge a ocupação militar (precaução nunca é demais) de Marte. Ao contrário do que muitos pretendem, não é nossa intenção "terrificar" o planeta (além de despender de um tempo que nós certamente não temos, isso significaria apenas a reprodução de um problema que estamos tentando eliminar). Na verdade, o que pretendemos é drenar todos os seus recursos minerais para a consecução de nosso plano final: a construção de uma nave-planeta. Feita por humanos e para humanos, vagando indefinidamente pelo espaço, esse monstro tecnológico possibilitaria à Humanidade sobreviver à inevitável e lenta degradação do Universo.

Por último, e talvez o mais importante, lançaremos a Terra de encontro ao Sol. Incinerada, poderemos vagar, enfim, em paz pelo Universo, pilhando alguns planetas e pulverizando-os logo após.

Talvez muitas coisas aqui ficaram de fora (desenvolvimento de tecnologia que nos permita criar nossos próprios componentes químicos, criação de estrelas artificiais, manipulação de buracos-negros, eliminação de documentos que se tornem obsoletos, etc.), mas penso que consegui transmitir-lhes o essencial.

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