Pássaro formoso. Pois é assim; toda vez que estou numa loja de roupas, desesperada e impacientemente escolhendo algum modelito que me sirva, o vendedor interpela-me com uma do tipo: "Você é daqui de Maringá, mesmo?". Ora, o que isso quer dizer? De onde será que pareço proceder? Estrangeiro? Provavelmente não. Curitibano, paulistano, brasiliense, carioca? Oxalá que sim! Mas... provinciano? De vila? Já me chamaram de católico, vendedor de CD pirata e até de estudante de educação física. Mas de provinciano seria uma ofensa de trancar-me no banheiro (na verdade eu me trancaria no quarto; prefiro o conforto da cama do que o duro assento do vaso). Mas a questão é: por que enredo de samba não aparento ser maringaense (pois de fato não sou)? Não ando por aí com mala. Humpf! Sinto ímpetos de desprezar essa cidade de gente com cara de barro. Mas vamos lá, vamos tentar não compreender a situação (:D). Pena que me peguem sempre de surpresa, e eu, no susto, respondo: "Sou". Na próxima vez eu lhe perguntarei de onde ele acha que saiu este objeto. Então, esperarei tenso ou ansioso pela resposta. Seja o que vier, assumirei de bom grado a nova roupagem. Quem sabe até role uma devolução. Ou não, vai que de repente... Afinal, quem não deseja ser uma espécie exótica da Amazônia? Eu que não.
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