segunda-feira, 2 de maio de 2011

Florença

Eu estava aqui pensando em como enciclopédias e livros de história abusam da expressão "cidade florescente". Né? Qualquer vilarejo com quinhentos habitantes torna-se "cidade florescente" se está às margens do Mediterrâneo e vende azeite ou cerâmica. Como é que pode? Toda cidade com que me deparo e lá está: florescente cidade ou expressão equivalente. Qual é o critério afinal? Repentino inchaço populacional? Mas daí, iluminando-me mais um pouco, eu pensei: mas é claro, né, Murilo. Você esperava o quê? Que os livros mencionassem as cidades medíocres? "Mitzbeu'h Am-Zalam: surgida no ano de 2.000 a.C às margens do Pirapó. Criavam ovelhas. Submeteram-se a toda e qualquer potência regional. Nunca se rebelaram. Inicialmente com cerca de 15 edifícios, hoje conta com 13. Sem expressão política ou cultural. Uma vez tentaram construir uma biblioteca mas o projeto não chegou a ser votado pois a população havia se recolhido nas cavernas durante as enchentes ocorridas naquela época". Não, né? Der... O que fica nos registros históricos são as cidades florescentes, e mesmo as decadentes pressupõem esplendor em algum momento de sua história. As medíocres, as inexpressivas só servem mesmo como curiosidade arqueológica, e poucos se ocuparão delas.

Conclusão: Há que se esperar o ato de molhar o bico.

Um comentário:

Nina. disse...

O que eu mais gostei foi o "Der...".